FUGA
Odir Milanez
 
 
Um dia eu resolvi fugir me mim.
Despi-me das roupagens hodiernas,
cremei meus credos, do começo ao fim,
prendi do pranto as delusões eternas.
 
Forcei o fim das flores do jardim,
escurecendo o sol das tardes ternas.
Sumi dos sonhos. Sepultei-me. Enfim,
fugi de todas as tensões internas.
 
Flutuei como o vento em voos leves,
namorei nimbos, nebulosas neves,
arco-íris corei de branco e preto.
 
Beijei da noite a boca, em brisas breves.
Mas ao gerar do gozo graves greves,
voltei a mim e me vesti soneto!
 
Um soneto de mim, que te cometo
para ver se pra mim também escreves...
 
JPessoa/PB
04.10.2011
oklima
 


 
oklima
Enviado por oklima em 04/10/2011
Código do texto: T3257721
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