Nada mais resta
Cansado estou, de tudo estou cansado,
De cada engano por mim cometido,
De paciente buscar, sempre iludido,
Pela dita e jamais tê-la alcançado.
O meu defeito foi ter muito amado
A quem de mim só fez desmerecido,
Enfadado eu estou e enfurecido
E por atroz tristeza envenenado.
Busquei, tentei, sofri... nada mais quero,
A nada mais eu busco e nada espero,
Ninguém virá bater na minha porta.
Amargo pranto no meu rosto escorre,
Sendo a esperança a última que morre
Nada mais resta... a minha já está morta.