QUASE O NADA PARA QUEM AMA É O OURO

O que fazes, Hortência, nesta hora?

A noite chegou, e há lua lá no céu...

E há névoa nas montanhas como um véu...

Que faremos até o romper da aurora?

O vinho vem às mesas na penumbra,

Quantos olhares no olhar se fitam,

E quantos corações ali deslumbram...

Tu não me quiseste minha pepita.

Tu deitas ao ombro de um qualquer...

Não sabes o valor das minha juras:

Quanto ouro tenho, e não me queres.

Mas também tu, talvez amargurada

Em uma noite de sonho me procuras...

A mim me basta o sonho, e mais nada.

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 03/10/2011
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