Humano, desalmado humano
Num breve acaso, construí meu ser
Anexando os horrores que outrora vi
Sem me lembrar do que deveras sofri
Ao amar essa vida sem me compadecer
Nessa esfera, onde cruzamos o universo
Cada nova visão me atormentou a alma
De pecados em pecados, no limar da calma
Purifiquei todo o ódio em mim imerso
Vi tantas mortes, tanto sangue, tanta dor
Ouvi tantos gritos, degradando o puro amor
Senti a vida que se desfalecia bem devagar
Na culpa de ser humano, herdei tais pesares
E mesmo que levantemos novos altares
Inda sofreremos por não mais nos respeitar