Teu belo veio, de prata, me fascina
Quando lanças teus raios nas escunas
Quando enches de luzes nossas dunas
Quando brilhas nos olhos da menina
Assim, de tão distante, desatina
E a ânsia louca de poetas afortuna
É que talvez a tua indiferença puna
Os que anseiam te prender na vil retina
Pois vais embora, altaneira e ladina
E a magia, só aos amantes ensina
Deixando sempre, quando passas, a lacuna
És tu, bela Lua, que meu sonho ilumina
Quando desfilas pelo céu, qual dançarina
Em tenros véus, se insinuando pela bruma...