VIVER SEM RUMO

Onde vais, ó rio, quebrando nas cascatas,

Descendo os escarpados das montanhas?

Não sabes dos caminhos, as entranhas...

Tu podes desbravar rincões e matas...

Tu corres para o mar em desespero,

Que fome há em ti, qual teu encanto?

Não posso derramar meu triste pranto

Nesta loucura vil das corredeiras?...

Que bom dormir ao colo da amada!

Viver as ilusões deste teu fado...

Correr, correr; mas eu não tenho nada...

E as águas vão descendo de meu rosto

Molhando em minha estrada os tristes passos...

Tu chegarás ao mar; eu ao desgosto.

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 02/10/2011
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