"NOME E SOBRENOME
Ademir é meu nome. Todos me chamam assim,
O porquê, não se sabe, nem o que ele é para mim.
Porém nele eu me vejo, pois se tornou meu espelho
Tanto que já não me admito outro, nem por conselho.
É o nome uma marca e até uma característica
De cada um em cada rosto de forma mística.
Mas ele é dado ao acaso, das vezes, a maioria,
E em outras, uma lembrança, um agrado, ou simpatia.
Mas as coisas mudam de modo brusco, vazio,
E o nome também está perdendo seu sentido original
Pois alguns já se identificam até mesmo por sinal.
E o mais comum dos casos é o ‘nome-número’ frio
Identificando cada ser, após esse ser enterrado,
Que em “Setor F; Cova 411” passou a ser chamado.
(ARO. 1995)