ODE AO PESCADOR
Se os remendos que fizeste em lida
Nas redes, unir pudessem os rotos,
Do coração em que deixaste exposto
A dor que produziste na partida.
Deixar-me-iam os mares de angústia,
Quietar-se-iam as ondas de saudade,
A qual, menosprezando a pouca idade,
A tarrafa do infortúnio em mim se fia.
Tu, guerreiro, que ao alto mar lançavas
Redes e para as naus as conduzia
Cheias do que Deus Pai as granjeava.
Subistes ao batel que mais luzia
E, no pouso que sereno aguardavas,
Tu Recebeste do eterno a moradia.