ODE AO PESCADOR

Se os remendos que fizeste em lida

Nas redes, unir pudessem os rotos,

Do coração em que deixaste exposto

A dor que produziste na partida.

Deixar-me-iam os mares de angústia,

Quietar-se-iam as ondas de saudade,

A qual, menosprezando a pouca idade,

A tarrafa do infortúnio em mim se fia.

Tu, guerreiro, que ao alto mar lançavas

Redes e para as naus as conduzia

Cheias do que Deus Pai as granjeava.

Subistes ao batel que mais luzia

E, no pouso que sereno aguardavas,

Tu Recebeste do eterno a moradia.

Saulo Palemor
Enviado por Saulo Palemor em 01/10/2011
Reeditado em 08/02/2015
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