"SUPERSTIÇÕES"
Minhas esperanças se perderam neste dia do azar
Até não me atrevi em encruzilhada passar,
Evitei o mau-olhado dos impuros invejosos,
Me armei com dente-de-alho contra os maliciosos.
Tomei banho de sal-grosso. Foi o que me deu na telha;
Um galho de arruda trouxe preso na orelha;
Defumei a casa toda, não queria ser enganado;
Arrisquei a sorte no bicho jogando no veado.
Me lembro ter levantado usando o pé direito;
Pequei meu pé-de-coelho... mas nada me foi perfeito:
No bicho, o galo veio na cabeça – o treze amaldiçoado.
De noite não deu a sena; nem borboleta na loteria...
O pior foi arriscar tudo sem me lembrar que pagaria
A água, a luz e o telefone com o dinheiro empregado...