"SUPERSTIÇÕES"

Minhas esperanças se perderam neste dia do azar

Até não me atrevi em encruzilhada passar,

Evitei o mau-olhado dos impuros invejosos,

Me armei com dente-de-alho contra os maliciosos.

Tomei banho de sal-grosso. Foi o que me deu na telha;

Um galho de arruda trouxe preso na orelha;

Defumei a casa toda, não queria ser enganado;

Arrisquei a sorte no bicho jogando no veado.

Me lembro ter levantado usando o pé direito;

Pequei meu pé-de-coelho... mas nada me foi perfeito:

No bicho, o galo veio na cabeça – o treze amaldiçoado.

De noite não deu a sena; nem borboleta na loteria...

O pior foi arriscar tudo sem me lembrar que pagaria

A água, a luz e o telefone com o dinheiro empregado...

Profaro
Enviado por Profaro em 01/10/2011
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