SONETO DO MORTO-VIVO

SONETO DO MORTO-VIVO

E o ictérico vulto morto emerge da terra herege,...

Esquelético e complexo, vivo retrato humano invulgar

E de sua voz sem cordas troou a ânsia de me doutrinar

Em suas vestes rotas aguardava a tua maligna sege.

Eu cadáver a falar com meu eu astuto no meu leito procusto:

- Oh! Meu legista meu vampiro no meu corpo harmoniza o bisturi

Retira esses órgãos guaranis, se puder essa impura alma em frenesi

Doe o que prestar estar, e o que restar,... Já se faz combusto.

Que nova demência é essa? E o morto-vivo indagou o recém-morto:

- Qualquer capeta é mais anjo que tu, devias ser um neomorto.

Sobeja gente vital morta,... Não!!! É minha lente irial torta.

Andejo por essas veredas com meu miolo morbo e cerne sombrio

Sou tão insignificantemente vazio e com pensamentos de dar arrepio

Não há sândalos e nem halos, mas, há escândalos entupindo ralos.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 01/10/2011
Código do texto: T3252333
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