CASTIGO
Eu recrimino a minha calma insana,
pelo tempo que perco a te esperar,
sabendo que nem passa uma semana
e já desapareces, sem brigar ...
E a saudade que é santa ... ou que é profana,
tentando, uma vez mais, me castigar,
feito uma alcoviteira, desumana,
dói tanto que me obriga a te chamar.
Vens... como se voltasses de uma guerra,
ou feito extraterrestre que, na Terra,
descobrisse os arroubos da paixão ...
Mas vens igual volúvel passarinho,
que longe de chegar no antigo ninho
já pensa numa nova arribação.
Maria Nascimento Santos Carvalho