SONETO DA SOLIDÃO
Por certo o meu devastado coração,
Que tanto, sem piedade tu feriste
Segue tristonho, e sem solução
Para o pranto que tu não ouviste
Seus olhos juntavam ao meu olhar
Sem palavras apenas medo e mistério
Coração palpitava leve e devagar
Fitava-me seu rosto, frio e sério
Expôs-me o seu sofrimento e desencantos
Chorei, lamentei, desfiz minha ilusão
Por fim, fez-se a alegria em quebrantos
Nem ao menos pude dizer do meu amor
De minhas alegrias, encantos, e paixão
Foi-se, desmanchou , não notou minha dor.