RETORNO AO CASULO
Aquele menino que se encantava com o luar,
E que amava correr pela verde grama,
Hoje, sonha com quem adora e ama,
Se ontem voava com pipas e balões a flutuar...
Agora, acorda cedo, trabalha até a camisa suar,
Parece que a vida o castiga, e trama
Para vê-lo jogado na mais suja lama,
Nem se alimenta para um dia bem se situar...
Passa pelas ruas como um trabalhador nulo,
Aquele que não passa de um mero traste,
Na obra, caiu largando-se de uma haste...
Pobre...a vida já causou-lhe tanto desgaste
Que bradando, blasfema e, mais que fulo,
Clama para retornar ao seu antigo casulo.
(VictorAMPinheiro)