SONETO DA DESCRENÇA
SONETO DA DESCRENÇA
Quantas santas virgens concebidas pelos devaneios dos crassos
Tantas meninas, filhas sem crias, incógnita imagem milagreira
São gessos disformes cinzelado por artistas esparsos e escassos
Nossas senhoras sem nenhuma graça, asneiras de toda maneira.
Dobram os joelhos na sandice de crer no espetacular, no fantástico
Relatos não estudados; Mas, temos a negra Aparecida mãe brasileira!!!
Num país assolado pelo racismo medieval, faz-se graça da crença financeira...
Portugueses que amavam a raça escravizada esculpiram teu santo drástico.
Nascemos, vivemos e morremos pensando em dois mil anos atrás
Mas,... Há alguém que pensa em um ano à frente?
Será que ninguém enxerga o que já se faz evidente?!
Todas as perversidades, os males, as catástrofes, são atribuídos ao belzebu
E as glórias, a fartura e ao bem, são obras de um poderoso sacrossanto
Ninguém contesta o “plantar para colher”; Há a má conduta em desatinado tabu.
CHICO DE ARRUDA.