SONETO DA DESCRENÇA

SONETO DA DESCRENÇA

Quantas santas virgens concebidas pelos devaneios dos crassos

Tantas meninas, filhas sem crias, incógnita imagem milagreira

São gessos disformes cinzelado por artistas esparsos e escassos

Nossas senhoras sem nenhuma graça, asneiras de toda maneira.

Dobram os joelhos na sandice de crer no espetacular, no fantástico

Relatos não estudados; Mas, temos a negra Aparecida mãe brasileira!!!

Num país assolado pelo racismo medieval, faz-se graça da crença financeira...

Portugueses que amavam a raça escravizada esculpiram teu santo drástico.

Nascemos, vivemos e morremos pensando em dois mil anos atrás

Mas,... Há alguém que pensa em um ano à frente?

Será que ninguém enxerga o que já se faz evidente?!

Todas as perversidades, os males, as catástrofes, são atribuídos ao belzebu

E as glórias, a fartura e ao bem, são obras de um poderoso sacrossanto

Ninguém contesta o “plantar para colher”; Há a má conduta em desatinado tabu.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 29/09/2011
Código do texto: T3246992
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