SONETO DA CONTRADANÇA
Soneto da Contradança
© Lílian Maial
Eu danço, com meus pés pisando a rima,
nos passos de um balé de tantos ais.
E danço, revivendo a pantomima
do sonho, que elimina o nunca mais.
Eu danço, e minha dança me aproxima
da dor de quem saltita em mil punhais.
E danço, celebrando essa vindima
nos campos dos teus olhos sazonais.
Na dança eu me redimo da ousadia
de um dia, sem temor, dizer teu nome
ao vento, qual guitarras dos meus fados!
Eu danço, pois a dança é poesia,
é fogo, é gelo, é luz, é sede, é fome.
Dançando eu reinvento os teus cuidados!
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