DESATINO

®Lílian Maial

Pelos caminhos turvos dessa estrada:

desfiladeiros, becos, armadilhas.

Não vê sentido algum quem conta as milhas...

Sofre o poeta a dor da madrugada.

É tão sutil a luz na encruzilhada,

é tão fugaz o afeto nas partilhas,

como quem perde o rumo em tantas trilhas,

e assiste ao fim do amor de arquibancada.

Não há sentido algum em construir,

Se a poesia é morte e sofrimento,

E vã promessa, doce veleidade.

Há que se erguer do pó e do porvir,

O sangue, o húmus forte, o alimento,

Para forjar o pão da liberdade!

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