XX XVII
Tu pareces não crer que eu possa amar,
Pensas que minto as coisas que te digo,
Teu coração pressente vil perigo
E continua assim, sem se entregar.
Confesso que joguei o Amor ao mar
E a traição mandei levar consigo,
Desejei não mais tê-lo aqui comigo,
Desejei nunca mais ser par...
Mas ele volta aos poucos nas marés
Desses teus olhos, onde eu molho os pés,
Onde eu molho a esperança que regressa...
Queria que soubesses o tamanho
Do que sinto e não visses tão estranho
Meu instinto de amar com tanta pressa...