O DEUS DO VENTO
O DEUS DO VENTO
Varria com obstinação o meu terreiro
Já havia juntado num cantinho o lixo
Um vento fresco, todavia desordeiro
Transformou-me num feroz bicho;
Pois esse vento espalhou por inteiro
O lixo no terreiro limpo com capricho.
Diante desta bagunça fiquei grosseiro
Palavrões terríveis fizeram seu nicho
Na minha boquinha que é nada santa.
Eolo ouve meu xingatório, se espanta:
Um mero mortal ofender sua criatura.
Humano mal agradecido! Grande boçal!
Para refrescá-lo enviarei um vendaval
E converter a sua insolência em agrura.
O FILHO DA POETISA