Soneto n.226
Pesadelo

Vem, do fundo do meu abandono,
medonha, como terrível
pesadelo,
a possibilidade de não mais vê-lo,
como a folha levada pelo outono.


Vem, do fundo de meu leve sono
com a marca de um nocivo selo,
sem a doçura de qualquer apelo,
algo dorido, dum sombrio dono.

Chega-me feito uma maré vazante
que subtraisse tudo num instante,
e me deixasse sozinha nesta areia.
...
Ah! A idéia de perdê-lo é tão dura,
fere a tarde, fere a vida e a ternura
a congelar-me todo sangue na veia!


Silvia Regina Costa Lima
23 de março de 2011

SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 26/09/2011
Reeditado em 29/09/2011
Código do texto: T3242590
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.