DESASSOSSEGO DE AMOR

Não, não te odeio, Amado!
Nem desconjuro nosso leito, é que quando te vejo,
Instala-se no meu peito o desassossego.
Tu foges da nossa sina.

Embriagado nessa amargura rompes barreiras
e te afastas de quem te deaura.
Inclinas tua alma à morte;
Ela do nosso leite bebe, porque tu não me tens.

Não, Amado, a ninguém mais pertenço.
Sou tua, mesmo que a morte me afrontasse a face dealvada,
e, beijando-me para as estremas me levasse.

Jamais a outro eu pertenceria, não te faças alquebrado,
não fustigues teu corpo, tu já me tens para a eternidade.
Sempre tua sou, mesmo que sem consolo e em clausura.


Lembrando da Poetisa Florbela Espanca.
Divina Reis Jatobá
Enviado por Divina Reis Jatobá em 21/12/2006
Reeditado em 07/07/2008
Código do texto: T324257
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