SONETO (AHAVÁ NICHZEVET)

Ao cair a noite e nada a vida fala,

Se está fadado o amanhã que me declaro:

Talvez não sei se verei ainda o dia claro,

Mas eu pergunto à noite e ela cala!

Pois vivo afogado no ensopo deste amor

Que dia e noite, noite dia me consome;

É como estando farto inda morrer de fome

E em noite glacial arder-se de calor.

É querer não lembrar, mas a dor profunda

Mais punge no peito, mais fecunda,

Mais continua viva esta memória algoz.

E depois de já neste leito desenganado

Pela boca deste amor que malfadado

Me consumira o ar de forma atroz.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 26/09/2011
Reeditado em 26/09/2011
Código do texto: T3242180
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