CHUVA DE QUIMERAS

Ó, chuva em meus anseios... a lambê-los...

Às gotas que me banham os cansaços,

os suores, sonhos mudos, meus apelos

com líquidos cristais em estilhaços...

Prometes reverter-me os desmazelos

que partem perspectivas em pedaços...

Lavar-me as esperanças com desvelos...

Polir, em tua prata, os planos baços...

Ó, chuva de quimeras borbulhantes,

me cura os medos mancos, claudicantes!

Liberta-me! Dilata a minha estrada...

Mas, chuva de quimeras, me iludiste!

Traidora, pouco a pouco, tu baniste

as minhas esperanças na enxurrada!

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 26/09/2011
Código do texto: T3241236
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