"EM NÓS A CULPA"
Ninguém mais vê encanto, nem paz durante o dia,
Nem consegue conciliar os dois momentos em um.
O que se nota é que se tornaram privilégios de alguns
No sossegado repouso, no refazer das energias.
Os bancos dos parques, à noite, estão vazios;
Nas praças são contadas as pessoas sob a iluminação
Quando outrora nesses pontos pulsava forte o coração
Entre promessas e juras do namorado arredio.
Que não se culpe a individualidade, o soterrar do romantismo,
Não se culpe o ‘stress’, drama da modernidade,
Nem mesmo tente se convencer de ser falta de moralismo.
Os culpados se somos todos. Assumamos nossa responsabilidade,
Pois em cada de nós brota uma ponta do barbarismo
Que nos assola como população, e cresce a violência das cidades.