a tEla
Penso que perdemos tempo em não nos dar a chance ao nosso encontro.
E que no meu lamento passa entre os dedos nossos sorrisos, o abandono.
Sinto que brincamos com o fogo e já é tarde para não me queimar.
Aumenta o lume na espera a fumaça cega só penso em lhe amar.
Meu coração é livre feito um passarinho buscando o teu carinho.
Se me corta as asas fico presa na gaiola sucumbindo no meu ninho.
Quero voar a vida sem as despedidas num eterno namorar.
Quero ter você comigo, juntos meu abrigo, felizes ao luar.
É tempo de despedidas vejo pela tua mão fria que me toca a ferida.
Segue meu olhar aflito desses que eu não ligo, às lágrimas.
Não dá para terminar o que penso estar pela metade faltando
pinceladas.
É minha a obra prima e não quero vê-la ainda desta maneira, congelada.
Falta o calor das cores fortes e ternas mãos, acariciando minh’alma.
Continuo ainda esta tela com o meu amor, sendo sua, a musa sofrida.