"NA TERRA DO POVÃO"
Na terra do bom-malandro pra tudo há uma saída:
Ninguém anda de tamanco, que prejudica a corrida;
Ninguém corta o barato, que pode trazer confusão;
Ninguém anda de salto-alto, que a estrada é de chão.
Na terra que só há esperto, não existe vacilante:
Ninguém é crítico ao fato, nem tão pouco falante;
Ninguém solta fogos às vésperas do fato ter acontecido;
Ninguém dá uma de herói, nem tão pouco de bandido.
Na terra do deus do sol, a lua é apenas figurante:
Ninguém corteja a amada que se acha distante;
Ninguém boicota a claridade, nem enaltece a escuridão.
Na terra em que o Povo é chamado de “Povão”,
Todos aceitam uma ideia e não discutem promoção
Lá todo mundo é ‘paz e amor’, e ninguém é o mais importante.
(ARO: 1995)