XX XVI
Cofia meu cabelo com carinho,
A manhã cinza amedrontou meu sono,
Dissipa com teus beijos o abandono
Em que deixei meus sonhos no caminho...
Não quero, nunca mais, andar sozinho,
Quero ser teu, se posso ser teu dono,
As folhas mortas de um antigo outono
Já não mais forram meu humilde ninho...
Não há saudade em meu farnel meado,
Nem sobras de qualquer amor passado,
Em teus olhos trouxeste a luz que eu quero...
Tardaste a vir e eu tenho já certeza
Que esses meses mataram a tristeza,
Pois és tu que há milênios espero!