Doce Delirante
Fascinou-te quando viste, em teu reflexo,
A mortalha que envolvia-te, e perguntaste:
"Viva, estou morta em meu vão contraste,
Ou, morta, vivo em vão? É tão complexo..."
Sempre à margem de todo e qualquer nexo,
Afunda-te, enfim, no próprio desgaste...
Prima, agora, por clamar a este guindaste:
O peito meu que resgata-te, perplexo.
Soçobrada na ideia mais abrupta,
Compila-te em manias, mas não esquece
Do que apura-te num mundo tão pequeno:
Outrossim, sendo ainda esta corrupta,
Sabes que quem vive ao lado teu fenece
À medida em que destilas teu veneno.