Doce Delirante

Fascinou-te quando viste, em teu reflexo,

A mortalha que envolvia-te, e perguntaste:

"Viva, estou morta em meu vão contraste,

Ou, morta, vivo em vão? É tão complexo..."

Sempre à margem de todo e qualquer nexo,

Afunda-te, enfim, no próprio desgaste...

Prima, agora, por clamar a este guindaste:

O peito meu que resgata-te, perplexo.

Soçobrada na ideia mais abrupta,

Compila-te em manias, mas não esquece

Do que apura-te num mundo tão pequeno:

Outrossim, sendo ainda esta corrupta,

Sabes que quem vive ao lado teu fenece

À medida em que destilas teu veneno.

Preto
Enviado por Preto em 22/09/2011
Reeditado em 25/09/2011
Código do texto: T3234717
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