"SAUDADE"
Triste de quem fica e acena numa partida
Vendo desaparecer lentamente a figura
Até onde a vista alcança e a mente assegura
Não mais que de repente, o vazio se tem vida.
Pobre de quem sofre a dor da cruel separação
Que procura aos cantos o que imagina, ou sonhou
Como se fosse o ‘pique - esconde’... e não achou!
Aguça no peito febril um doente coração.
Coitado de quem espera ver o que já passou
Que, enquanto perto se tinha, sempre se calou
E agora chora lágrimas ardentes pela sofreguidão.
O quanto custa um elo partido da real separação
Que não adianta lamento, quem se foi nem olhou para trás
Por isso só resta a angústia a perturbar a paz.
(ARO: 1991)