"SAUDADE"

Triste de quem fica e acena numa partida

Vendo desaparecer lentamente a figura

Até onde a vista alcança e a mente assegura

Não mais que de repente, o vazio se tem vida.

Pobre de quem sofre a dor da cruel separação

Que procura aos cantos o que imagina, ou sonhou

Como se fosse o ‘pique - esconde’... e não achou!

Aguça no peito febril um doente coração.

Coitado de quem espera ver o que já passou

Que, enquanto perto se tinha, sempre se calou

E agora chora lágrimas ardentes pela sofreguidão.

O quanto custa um elo partido da real separação

Que não adianta lamento, quem se foi nem olhou para trás

Por isso só resta a angústia a perturbar a paz.

(ARO: 1991)

Profaro
Enviado por Profaro em 22/09/2011
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