NECESSIDADE
Eu habitava no silêncio da solidão;
Fiz do meu amor perdido a minha morada;
Vivi a minha vida numa casa abandonada
No meio das sobras da minha solidão.
Apaguei todas as luzes, alimentei a escuridão;
Fiz das minhas noites uma eterna madrugada,
Onde jamais romperia-se uma alvorada;
Onde jamais alegraria-se um coração.
Hoje percebo que este silêncio precisa de som
E que meu amor perdido precisa de alma
Para que ressuscite em seu próprio dom.
Preciso restabelecer a minha calma
E acender as luzes no fim de cada entardecer
Para que, depois da noite, possa haver alvorecer.