MULHER DE NINGUÉM
Cantava a serenata, era ainda cedo,
Mas o luar de prata vinha nas colinas.
Os olhos de Larissa eram tão divinos
No festejar da noite. Ouvi de um mancebo:
Quem é esta mulher com ares de menina?
Respondeu-lhe o amigo: É minha namorada!
Ficou ali um suspense enquanto ela chegava,
Mas sobre os ombros dele a mulher se inclina...
O outro não entendia aquele amor profundo
E a pegou nos braços e a levou em beijos,
Eu sei que tu não amas, disse o vagabundo...
O outro não entendia, a mulher também...
A verdade é que ninguém sabia que no fundo
A mulher que queriam era de ninguém.