À ALMA QUE AMA
Não posso acalentar nestes meus versos
A alma ao colo vil da ilusão,
Descansa ali, talvez, nas mão perversas,
Um ser dado ao silêncio e solidão.
Pobre alma que sonha, ainda perdida,
E nas vis tardes ainda vê passando
As aves que retornam ao ninho em bandos,
E encontra neste ciclo nova vida.
Pobre alma, as aves têm futuro...
O escuro tem lugar nas alvoradas;
As alvoradas têm lugar no escuro...
Mas nada se compara aos teus lamentos,
Tu vives só pensando na amada,
Nem sabes que a dor é o teu alento.