Natureza Morta
A natureza declara-se calada
Numa tristeza nua e desumana
Uma rosa vermelha empalada
Derramando o escarlate em tez mundana
Ao canto esvoaçante e insolente
Dum brejeiro pássaro a voar
Da pavorosa imagem inconseqüente
Das cachoeiras nobres a chorar
Em retratos vagos da memória
Guardo em irrisórios momentos a história
Desse plácido e lento lugar
Como numa apaixonante
Sonata deslumbrante
Da natureza morta,vivento a sombra do luar