LÁGRIMA
Em todo verso que te fiz, não fiz
nada além de disfarçar a saudade
nas linhas que escondiam a verdade
no sonho que cri sobre ser feliz.
Ah... Meus versos esmerados... Ardis!
Não notaste a imensa fragilidade?
Todos eles envoltos na bondade
das minhas mentiras... Mentiras tão sutis!
Mas a vida impôs o cruel veredicto...
A lágrima é o meu antônimo de paz!
Enganando-te, enganei-me... Sofri!
Confesso o erro por tudo que foi escrito!
Tolas linhas para os meus funerais:
Só eu sei o quanto chorei e o quanto morri.
O texto foi publicado originalmente na página do poeta e amigo JACÓ FILHO em companhia dos também amigos e poetas AARÃO FILHO e ELEN NUNES e cujo link abaixo transcrevo:
http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/3182836
Magnífica interação EDIR !
LÁGRIMA
Há de secar a lágrima que rola
E escava a minha face, feito um rio
Na enchente da tristeza e do vazio
Que as margens do meu ser rompe e extrapola.
E rola sobre a face, qual marola
Nas tempestades d'alma em desvario
Depois d'um frio inverno e longo estio
Que a dor, bem lá no imo, se acrisola.
Um rio, que as comportas rompe e vence
Co'a força que é só sua e lhe pertence,
E rola sobre o chão da minha fronte...
Há de secar a lágrima, por certo,
E transformar a alma em um deserto
Sem oásis, miragens, horizonte...
Bravíssimo!