PEREGRINO
Eu sou um cisco no ar
Que a ventania fez redemoinho.
Vou para onde o vento me levar,
Para qualquer direção ou caminho.
Eu sou um peregrino a vagar
No deserto da vida sem carinho.
Não tenho ninguém para amar
Viajo no infinito sozinho.
Eu sou um Beduíno no Saara,
Um cuspe jogado na cara,
Um capacho que sempre apanha.
Minha vida é vazia e sem graça,
Nada me conforta e abraça
Só a solidão me acompanha.