O TESOURO PERDIDO
Oh, não me chores, minha mãe, a sucumbência...
Não faz sentido a vida em vício alucinante.
Eu me cansei de me arrastar na dependência
que atroz me surra em cadafalso degradante.
Não percebi, ó minha mãe, a dissolvência
vulpina e lenta da esperança, em mim, restante.
Eu me perdi nas ilusões da adolescência,
vilãs que tornam qualquer pedra cintilante.
Mas me perdoa, minha mãe, pela fraqueza
de acreditar que a feia bruxa era princesa.
Eu me atirei na fuga insana de... nem sei...
Ó minha mãe, não chores, vou à liberdade,
pois qualquer nada é bem melhor que a escuridade.
Talvez na morte encontre a luz que eu apaguei.