O TESOURO PERDIDO

Oh, não me chores, minha mãe, a sucumbência...

Não faz sentido a vida em vício alucinante.

Eu me cansei de me arrastar na dependência

que atroz me surra em cadafalso degradante.

Não percebi, ó minha mãe, a dissolvência

vulpina e lenta da esperança, em mim, restante.

Eu me perdi nas ilusões da adolescência,

vilãs que tornam qualquer pedra cintilante.

Mas me perdoa, minha mãe, pela fraqueza

de acreditar que a feia bruxa era princesa.

Eu me atirei na fuga insana de... nem sei...

Ó minha mãe, não chores, vou à liberdade,

pois qualquer nada é bem melhor que a escuridade.

Talvez na morte encontre a luz que eu apaguei.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 15/09/2011
Reeditado em 20/09/2019
Código do texto: T3220436
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