VESPERTINAS

És a minha alegria, meu pesar,

toda loucura dos meus dias tontos;

um tesouro perdido a procurar

– a soma inútil de todos os pontos.

És a cor mais escura par a par

com o contraste desses brilhos prontos...

As luzes da cidade a cintilar,

meros sinais de certos desencontros.

E não sei se te quero ou te rejeito,

estranho amor, que permanece além

daquilo que se entende ser um bem.

Um mal comum, mas que me causa efeito

– um salto que se aborta pelo medo –

a noite colhe um dia meio azedo.

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