A lágrima e o riso
Seca a lágrima e ri, oh! carpideira,
mesmo se, das memórias de recorte
colecionadas pela vida inteira,
já não mais existir quem nos conforte.
Nós seremos purgados da sujeira
do que sobra na funda dor do corte,
que nos põe do outro lado da fronteira
de onde não há mais qualquer transporte.
E sem querer saber nem dar reporte
dessa representação derradeira
da vaidade cremada na fogueira,
se tudo correr bem e tiver sorte,
eu, se puder, depois da minha morte
serei riso na boca da caveira.