Versos de uma meia noite
Por mais uma vez, eu contemplava
A fera que aos poucos me consumia
E nas longas noites em que procrastinava
Ela, bruta insônia, apenas me sorria
Nunca entendi por que me assombrava
E me torturava com sua companhia
E o que agora eu mais desejava
Era um distante nascer do dia
E ela, ardendo como uma chama
Queimava minha fronte febril
E punha fogo na minha cama
Ela, das serpentes, a mais vil
Sobre o meu crânio se derrama
Toda noite, e faz dele o seu covil