SONETO

Vou abrir as cortinas. Quero ver a claridade

Entrar por aquelas janelas, hoje envelhecidas,

Resguardadas do calor e de toda frialdade.

Quero sentir o perfume das flores coloridas,

Ver o vento entrar pelas janelas e sair pelas portas,

Ouvir os pássaros bem mais perto cantar;

Arrancar todas as folhas velhas e mortas,

Sacudir todo o pó, deixando a vida entrar.

Quero ver tintas frescas nas paredes

Tapando o cinza com cores alegres e verdes

Pintar as janelas todas de brancas, a cor da paz.

Colocar roupas novas, olhar no espelho o meu rosto,

Sentir minh'alma confortada, aceitar com gosto

Esse desejo imenso de me despir sem olhar para trás.

DIONÉA FRAGOSO

Dionea Fragoso
Enviado por Dionea Fragoso em 11/09/2011
Código do texto: T3213845