Soneto Dos sentidos

A voz cega da lei enxerga o odor,

Os lábios surdos escutam o horror,

Os olhos mergulham no poço da agonia,

Enquanto o nariz beijava, O amor morria.

Se pensas que o grito é dor,

A lei logo te chama de infrator.

Uma cicatriz fria, corrosiva da carne viva,

Marcado pelo riso pobre da pele vadia.

Se o açucar é a essência do afeto,

O doce é separado por lágrimas sem teto,

Para o tempo chorar sutilmente no deserto.

A chuva cai entre cores,

Refazendo um sol nobre,

Distribuindo luz para o pobre.

Pablo Diego
Enviado por Pablo Diego em 11/09/2011
Código do texto: T3213675
Classificação de conteúdo: seguro