A LOUCURA E A CURA
Bisonhas palavras retardam, enquanto eu vejo o fim,
Ela se move em gestos querendo apenas tudo fingir,
Admiro a sua falta de coragem sequer olha em mim,
Sua boca em minha direção, mas seus passos a fugir.
Seria a postura mais nobre lançar as palavras e fim,
Mostrando o que no seu peito no meu vai sucumbir,
Só falta o golpe final, de costas me dizer algo assim:
“Sinto, mas não tem jeito, tentei ao máximo resistir”.
Como se fosse minha culpa, e que devesse eu pedir,
Ou pagar pelos danos que por ventura viesse a sentir,
Quando chega a este ponto a paixão é só lembrança.
Daquele tempo gostoso dos beijos e de pura loucura,
Que hoje se transforma em erro, um mau, sem cura,
Que deva manter isolado, se tratando com a distância.