VELA E ALMA DA VIDA

Já desmontado o brilho do sol puro,

O início da noite, debruçado eu vejo.

Na fuga da existência é onde sobejo,

A cobrir as mágoas no manto escuro.

Da noite fico noite e sou eu meu vazio,

A tanta resistência eu não me aventuro;

Na vergonha escondida do que procuro,

Nascem sombras no destino que desvio.

Mas, bem sabes ó tu, penumbra cálida,

Que inda tu veja em mim um triste frio,

Não sou tanto mais que tua morte pálida...,

...Qual pensa provocar-me pavor e arrepio.

Desenterro tua madrugada muda, inválida,

E acendo esta minha vela alma num pavio.

Setedados
Enviado por Setedados em 10/09/2011
Reeditado em 13/01/2012
Código do texto: T3212281
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