VELA E ALMA DA VIDA
Já desmontado o brilho do sol puro,
O início da noite, debruçado eu vejo.
Na fuga da existência é onde sobejo,
A cobrir as mágoas no manto escuro.
Da noite fico noite e sou eu meu vazio,
A tanta resistência eu não me aventuro;
Na vergonha escondida do que procuro,
Nascem sombras no destino que desvio.
Mas, bem sabes ó tu, penumbra cálida,
Que inda tu veja em mim um triste frio,
Não sou tanto mais que tua morte pálida...,
...Qual pensa provocar-me pavor e arrepio.
Desenterro tua madrugada muda, inválida,
E acendo esta minha vela alma num pavio.