SEM INSPIRAÇÃO
SEM INSPIRAÇÃO
Minhas musas me abandonaram hoje
Não por serem menos belas – dengosas;
neurônios presos em mãos enganosas
não tem como delas eu me despoje.
O estro do vate dormita ocioso
ainda que a mente impropérios arroje
Não capta a verve a ideia que foge
no vil ducto do ignoto vicioso.
Insisto na busca da inspiração,
O vírus do peito chama saudade
que fere ferino o meu coração.
Se cria a ideia, mas traz soledade
Não finge o vate, pois é solidão
e as musas lhe negam cumplicidade.
100911 – Afonso Martini