Entardecer

Trago dentro de mim sempre um poente,

em que a luz do amor aos poucos se apaga

dando lugar a uma noite em que somente

uma pequena estrela nesse infinito vaga.

É uma noite de verão, e o tempo quente

espera que a calmaria um vento traga,

mesmo que seja um frêmito cadente

daquele que de leve as árvores afaga.

E assim mais outra noite e outro dia

têm seu curso retratado na poesia

sem que neles apareça uma paixão.

E eu fico na esperança, como agora,

de que nasça em mim alguma aurora

para que o sol ilumine o coração.

Amaury Nicolini
Enviado por Amaury Nicolini em 10/09/2011
Código do texto: T3211052