Entardecer
Trago dentro de mim sempre um poente,
em que a luz do amor aos poucos se apaga
dando lugar a uma noite em que somente
uma pequena estrela nesse infinito vaga.
É uma noite de verão, e o tempo quente
espera que a calmaria um vento traga,
mesmo que seja um frêmito cadente
daquele que de leve as árvores afaga.
E assim mais outra noite e outro dia
têm seu curso retratado na poesia
sem que neles apareça uma paixão.
E eu fico na esperança, como agora,
de que nasça em mim alguma aurora
para que o sol ilumine o coração.