Interrogações na alcova

Ao ver o meu amor adormecido

Divago em sensação alada e calma

Serena a levitar a minha alma

Embriagado tenho o meu sentido.

Visão que me redoma em paraíso

Sacia-me, inebria e faz-me bem

Só ofusca-me a visão que vai além

E sempre ameaça o meu juízo...

Terei sempre ao dispor essa alegria?

De amor, assinarei sempre a poesia?

Terei sempre ao meu lado o meu amado?

Nas vestes da agonia, o céu roubado...

É leda essa esperança e o tempo adia,

O fim, triste quebranto ao retratado.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 09/09/2011
Código do texto: T3209780