CUMPLICIDADE
CUMPLICIDADE
Oh! Lua, que com teu manto me afagas,
Vês-me banhado em teu doce luar,
Tristemente só, sem ninguém pra amar.
Quiçá dos meus erros receba as pagas.
Lua, tu que caminhas sobre o mar;
que com teu palor lhe amansas as vagas
leva-me contigo para outras plagas.
Olha a súplica que está no meu olhar
Sabe, amiga lua, beijo-te a mão;
Te respeito, és cúmplice de jornada,
vives, como eu, esta crua ilusão.
Se cúmplice és e, como eu, mal amada
Desesperança não nos traz clarão,
... enfim, somos duas almas penadas.
090911 – Afonso Martini