ENTÊRRO DAS LETRAS
Não lamento os versos que criei para ti,
Que tantas vezes foram gritos no peito,
Pois se de silêncio já usei para te sentir,
Resultado foi que hoje não mais te vejo.
Talvez devesse ter ousado a intensidade,
Ou quem sabe tivesse sido do mais cruel,
Mas digo com aberto coração a verdade,
Não inverti polaridade, ou inferno ou céu.
Minha mente não criou, do coração dado,
O coração sentiu do que a alma desejou,
Expressado sentimento em papel falado.
Hoje em folhas mortas, por ti esquecido,
Mero assombro do que antes te festejou,
Enterro das letras, seu poeta entristecido.