PAIXÃO
(Soneto n. 223)
***
E por toda esta carne, alvoroçada,
desceram-me todos os teus dedos
a acender meus imprecisos medos
em minha alma muito apaixonada.
Esqueci de tudo, eu era tua amada,
e mostrei-te todos meus segredos
feito um caleidoscópio de enredos
com cada cor mais que encantada.
...
E é nessa tua pele (assim morena)
que faz-se o encanto e toda a cena
num espanto que a tudo incendeia.
Ah! Ondula o meu corpo e, desfeita,
entrego sem pejo a essa paixão eleita
todo amor que o Amor jamais receia!
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Silvia Regina Costa Lima
16 de janeiro de 2011
Obs: eu mesma na gravura.