SEM CORES
SEM CORES
A alma morna cansa de cuidados da verve
dos seres que à distância lhe enviam seus beijos;
que em distantes lonjuras não vêem ensejos
carentes, palpitantes reais que se eivem.
Produzem-se n’alma também tristes aleijos
quando de auês dos sonhos somente se serve.
Sonho é missel que no campo de guerra se ergue
para produzir no alvo possíveis festejos.
Não é festa par a alma de afeto carente;
para quem vive doridas noites de horror;
quem do triste fado vê nuance inclemente.
Acordada sonha a alma ter vida sem dor;
essas dores que falam da essência somente;
vibra, se ausente a mágoa, a presença do amor.
060911 – Afonso Martini