Aos que morreram tentando
Nos alcantis nubíferos da serra,
Vagando em meio à névoa que se espraia,
Alvicrescente, onde céu e terra
Enlaçam-se em conúbio junto às praias,
Um homem, solitário viandante,
Alcança a ponte ebúrnea que separa
O mundo antigo de um exuberante
Reino de sonhos sobre terras sáfaras.
Seus pés não lhe respondem as passadas.
Os braços pendem como frutos podres.
A imensidão lhe assombra sobre a estrada,
No momento em que tomba de seu odre,
Num resumir de forças combalidas,
A gota derradeira de sua vida.
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